segunda-feira, 28 de março de 2011

aniversario de salvador


Primeira capital do Brasil, durante os anos de 1549 a 1763, Salvador comemora este mês 459 anos. Apesar de sua fundação ter se dado no dia 29 de março de 1549, os festejos se iniciam no dia 07 de março. Queima de fogos, bandas de fanfarra e uma visitação ao obelisco de dom João VI, no Jardim Suspenso do Palácio da Aclamação, às 16h, dão início às comemorações que se encerram no dia 31, com o lançamento do Festival - Pelas Mãos, pelos Toques, no Pelourinho.

Pedro Álvares Cabral atracou em terras brasileiras em 1500, mas foi somente em 1548 - quase 50 anos após a sua chegada - que o governo português atentou para a situação da Colônia. Até então, a conquista do território não havia sido efetivada e a presença portuguesa, ainda tímida, se restringia à região costeira.

Para impulsionar a colonização, o rei D. João III resolveu criar uma representação da Coroa no Brasil. O sistema serviria, entre outras coisas, para auxiliar as capitanias hereditárias, que enfrentavam dificuldades, e impedir a presença de corsários estrangeiros - principalmente franceses e espanhóis – no Brasil.

“A Coroa decidiu promover uma alteração da política colonial portuguesa, buscando, com a criação da Cidade do Salvador, impulsionar o crescimento, não só da Capitania da Bahia, mas das demais capitanias, cuja delimitação e entrega havia ocorrido cerca de 14 anos antes por todo o território”, explica o historiador e professor do departamento de história da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Dílton Araújo.

Seguindo as ordens do rei D. João III, Thomé de Sousa e cerca de mil homens - entre voluntários, marinheiros, degredados, soldados e sacerdotes - rumaram para as terras além-mar com a missão de fundar a cidade de Salvador, a cabeça da colônia do Brasil. A frota chegou às ordeiras águas do Porto da Barra em 29 de março de 1549, data que posteriormente foi adotada como da Fundação da Cidade, após muitas controvérsias entre historiadores.
Feliz Aniversário Salvador e Viva a Bahia

segunda-feira, 21 de março de 2011

Carnaval

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Carnaval 2011
Carnival in Rio de Janeiro.jpg
Carnaval no Rio de Janeiro, Brasil
Nome oficialEntrudoss
TipoCristão
Seguido porMundial
Ano de 201016 de Fevereiro
Ano de 20118 de Março
Observações:Período festivo convidativo a bailes, desfiles carnavalescos, e adopção de trajes e personalidades diferentes do habitual.
Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.[1] A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio eHelsinque, capital da Finlândia.
O carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior carnaval do mundo.[2] Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada, da cidade doRecife, como o maior bloco de carnaval do mundo.[3]

Índice

[esconder]

[editar] História e origem

A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.
MardiGrasPaull1897Cover.jpg
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma.[4] Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
O carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.

[editar] Cálculo do dia de Carnaval

Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa[5], com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir doequinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Referências

  1.  Conheça um pouco da história do Carnaval pelo mundo 45graus. (Fevereiro, 2009).
  2.  O maior carnaval do mundo Gunness World Records.
  3.  Enéas Freire O Nordeste. (Junho, 2008).
  4.  Como funciona o festival de Mardi Gras howstuffworks.
  5.  PÁSCOA - CARNAVAL - CORPUS CHRISTI ghiorzi.

Carnaval

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Carnaval 2011
Carnival in Rio de Janeiro.jpg
Carnaval no Rio de Janeiro, Brasil
Nome oficialEntrudoss
TipoCristão
Seguido porMundial
Ano de 201016 de Fevereiro
Ano de 20118 de Março
Observações:Período festivo convidativo a bailes, desfiles carnavalescos, e adopção de trajes e personalidades diferentes do habitual.
Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.[1] A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio eHelsinque, capital da Finlândia.
O carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior carnaval do mundo.[2] Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada, da cidade doRecife, como o maior bloco de carnaval do mundo.[3]

Índice

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[editar] História e origem

A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.
MardiGrasPaull1897Cover.jpg
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma.[4] Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
O carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.

[editar] Cálculo do dia de Carnaval

Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa[5], com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir doequinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Referências

  1.  Conheça um pouco da história do Carnaval pelo mundo 45graus. (Fevereiro, 2009).
  2.  O maior carnaval do mundo Gunness World Records.
  3.  Enéas Freire O Nordeste. (Junho, 2008).
  4.  Como funciona o festival de Mardi Gras howstuffworks.
  5.  PÁSCOA - CARNAVAL - CORPUS CHRISTI ghiorzi.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Religião
Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica. Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se todavia profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que a adesão a essa religião impõe, dada a natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por induzir os roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais.

[editar] Idiomas

Distribuição histórica dos povos de Língua romani na Europa.
A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi.
Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.[carece de fontes?]

[editar] Educação

"Aumentar o sucesso dos ciganos , do povo roma e das crianças nómadas é responsabilidade de todos dentro do sistema de educação, uma importante medida na eficácia das políticas de combate à exclusão escolar e social." Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas. [27][28] [29][30][31]
No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.[32]

[editar] Maiores concentrações rom no mundo

PaísPopulação rom (est.)Referência
Albânia70.000[33]
Alemanha110.000 – 130.000[34]
Argentina300.000[35]
Brasil678.000 (est. do governo) – 1.000.000[36][37]
Bulgária370.908 (censo) ou 700.000 – 800.000[38][39]
Canadá80.000[40]
Espanha600.000 – 800.000[41]
Estados Unidos1.000.000[42]
França280.000 – 340.000[43]
Grécia300.000-350.000[44] [45]
Hungria189.984 ou 450.000 – 600.000[46]
Índia2.274.000[47][48]
Irã110.000[49]
Itália90.000 – 110.000[50]
Macedônia53.879 - 260.000[51][52]
República Tcheca11.746 (censo) ou 220,000[53][54]
Turquia5.000.000[55]

[editar] Cultura

Debret, Interior de casa cigana (c. 1820).
Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si.
As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente. Em linhas gerais poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.
Em comunicação apresentada durante o encontro Ciganos no século XXI, realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza, [56] apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontamos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos. [19]
Uma jovem cigana húngara executa uma dança típica.
Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.
No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote. No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.
As Caravanas - Acampamento cigano em Arles, França, pelo pintor Vincent van Gogh.
Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins.
O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido o respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias.
Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada.
Em tempos recentes a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais.

[editar] Ciganos famosos

São várias as pessoas de etnia cigana que, em diversas partes do mundo, destacaram-se em áreas tão diversas como literatura, escultura, música, desporto ou ciências. Outras pessoas como o actor Michael Caine, Sofia Kovalevskaya ou o prémio Nobel Schack August Steenberg Krogh têm antepassados ciganos.[57] [58]

[editar] Ver também

Referências

  1. Rom. Encyclopædia Britannica Online. Página visitada em 2010-09-15. "Segundo a Encyclopaedia Britannica, a população roma total estimada é de dois a cinco milhões de pessoas em todo o mundo."
  2. Romani, Vlax. Página visitada em 2010-09-15. "Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Segundo estimativa do linguista rom Ian Hancock, havia 6 a 11 milhões de ciganos no mundo, em 1987 ."
  3. Monitoring the accession process: minority protection. The Situation of Roma in Spain (pdf). Open Society Institute (2002). Página visitada em 22-11-2010. "O governo espanhol estima o número de 'gitanos' em, no máximo, 650.000."
  4. Censo da România 2002: 535.140 Roma
  5. Situation of Roma in France at crisis proportions. EurActiv Network (07 December 2005). Página visitada em 15-09-2010. "População rom na França é oficialmente estimada em aproximadamente 500.000 pessoas."
  6. População por distrito e grupo étnico em 01.03.2001 (05.01.2004). Página visitada em 2010-09-15. "Censo 2001 da Bulgária: 370.908 Roma"
  7. População segundo a nacionalidade ou grupo étnico. Escritório Central de Estatística da Hungria. Página visitada em 2010-09-15. "Censo 2001 da Hungria: 205.720 Roma/Bea"
  8. A população rom da Grécia é oficialmente estimada em 200.000.. Comissão da República Nacional Helênica para os Direitos Humanos. Página visitada em 2010-09-15.
  9. Censo 2002 da Sérvia: 108.193 Roma. (pdf). República da Sérvia, Escritório de Estatística da República (24 de dezembro de 2002). Página visitada em 17-09-2010.
  10. Ethnologue - Angloromani
  11. Censo 2001 da Eslováquia.
  12. The 2002-census reported 53,879 Roma and 3,843 'Egyptians'. Republic of Macedonia, State Statistical Office. Página visitada em 2010-09-17.
  13. Gall, Timothy L. (ed). Worldmark Encyclopedia of Culture & Daily Life: Vol. 4 - Europe. Cleveland, OH: Eastword Publications Development (1998); pp. 316, 318 :"Religião: uma base de hinduísmo, com uma sobreposição de cristianismo ou de islamismo (religião do país hospedeiro)." "Crenças religiosas roma estão fundamentadas no hinduísmo. O povo roma acredita em um equilíbrio universal, chamado kuntari ... Apesar de 1.000 anos de separação da Índia, o povo roma ainda pratica o shaktismo, o culto de um deus através do seu cônjuge feminino ...... "
  14. Declaração do Povo Rom (Ciganos) aos Povos, Governos e Estados das Américas. (em português). Minga Informativa de Movimientos Sociales. Página visitada em 2008-05-25.
  15. Música e Cultura Cigana.
  16. On the Indic Language and Origin of the Gypsies, por Johann Christian Christoph Rüdiger.
  17. A brief history of Romani linguistics.
  18. Ian F. Hancock, Siobhan Dowd, Rajko Djurić. The roads of the Roma: a PEN anthology of gypsy writers.. Hatfield, United Kingdom: University of Hertfordshire Press, 2004. 14–15 p.
  19. a b c Dez séculos de discriminação, por Mário de Queiroz. Outras Palavras, 08 de outubro de 2010 (originalmente publicado pela Agência IPS em 11 de setembro de 2010, como Roma Conference Decries Government-Led Discrimination).
  20. Romani (pdf). Encyclopedia of Language and Linguistics. Oxford: Elsevier. Página visitada em 2009-08-30.
  21. Traveller and Roma Collection at the University of Limerick
  22. Gênesis 9:25
  23. ARAD, Yitzhak Belzec, Sobibor, Treblinka - the Operation Reinhard Death Camps. Indiana University Press, 1987, pp. 150-153. ISBN 0-253-3429-7
  24. Parlamento Europeu e Comunidade Roma
  25. « Roms et gens du voyage : Sarkozy durcit le ton », Le Parisien, 29 de julho de 2010.
  26. « Roms: Sarkozy veut un apaisement de la polémique, maintient les expulsions », AFP, 25 de agosto de 2010.
  27. The Inclusion of Gypsy, Roma and Traveller children and young people
  28. Aiming High: Raising Achievement of Ethnic Minority Pupils
  29. Raising Achievement of Ethnic Minority Pupils
  30. Friends, Families and Travellers
  31. Council of Europe Education of Roma children
  32. Os ciganos modernos. ISTOÉ, 18 de junho de 2008.
  33. Center for Documentation and Information on Minorities in Europe - Southeast Europe (CEDIME-SE). Minorities in Southeast Europe. Roma of Albania
  34. Liégeois, Jean-Pierre (1994). Roma, Tsiganes, Voiageurs (em francês). Conseil de l'Europe, 34.
  35. Tchileva, Druzhemira (2004-11-16). Emerging Romani Voices from Latin America (em inglês). European Roma Rights Centre.
  36. UNHCHR. Commission on Human Rights. Sub-Commission on Promotion and Protection of Human Rights. Working Group on Minorities.The Rom in the Americas, por Jorge Bernal, 5 de maio de 2003.
  37. Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Artigos sobre ações do governo brasileiro visando a inclusão social dos ciganos
  38. População por distrito e grupo étnico em 01.03.2001.
  39. Minorities
  40. Lee, Ronald (Outubro de 1998). Roma in Canada fact sheet (em inglês). Roma Community Centre.
  41. The Gypsies
  42. UNHCHR. Commission on Human Rights. Sub-Commission on Promotion and Protection of Human Rights. Working Group on Minorities.The Rom in the Americas, por Jorge Bernal, 5 de maio de 2003.
  43. Liégeois, Jean-Pierre (1994). Roma, Tsiganes, Voiageurs (em francês). Conseil de l'Europe, 34.
  44. República Helênica. Comissão Nacional de Direitos Humanos. Relatório 2000 (em grego).
  45. [1]
  46. Hungary's Strategic Audit 2005. (em inglês)
  47. Joshua Project. Distribuição da população Hindu Banjara, o maior grupo cigano da Índia (em inglês).
  48. Lambanis or Gypsies
  49. Iran gypsy population.
  50. Liégeois, Jean-Pierre (1994). Roma, Tsiganes, Voiageurs (em francês). Conseil de l'Europe, 34.
  51. Census of Population, Households and Dwellings in the Republic of Macedonia, 2002.
  52. At Risk: Roma and the Displaced in Southeast Europe. CHAPTER 1.1 Roma in the Balkan context.
  53. Censo habitacional 2001
  54. Roma na República Checa a partir de 1989 (em tcheco).
  55. Artigo com alguns números sobre grupos étnicos que vivem na Turquia (em turco). Milliyet, 6 junho de 2008.
  56. Santiago Gonzalez Avión. "Las condiciones de inclusión de las poblaciones gitanas de Galicia".
  57. Ciganos no Mundo
  58. Famous Gypsies.

História

Rotas migratórias do povo cigano pela Europa.
Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.
Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[16] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.[17]

[editar] Origem e migrações

Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e c. 1000 d.C.. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[18] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019 - 1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2.300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[19]
Por volta do século XI a língua romani apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas,[20].
Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É segunda onda migratória, que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.
Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422 chegam a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.
A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam ainda a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim. [21]

[editar] Perseguições

Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e na Holanda, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[19] Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos.[22] Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.

Porajmos: ciganos recém-chegados no campo de extermínio Bełżec.
Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.
Durante a Segunda Guerra Mundial, entre duzentos e quinhentos mil ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[23]
No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[24] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007.